đ Vi Por AĂ #8 | A mudança da influĂȘncia: autenticidade, IA influenciando e um futuro incerto.
Se vocĂȘ nĂŁo viu a edição anterior â #7
Nota da autora:
sim, venho por meio desta mais uma vez me desculpar pela news na quarta-feira mas a proletariada CLT e tutora de 3 gatos teve um imprevisto com o pet mais velho, o Alfredo Henrique, que teve uma crise de bronquite alérgica e tive que correr para o hospital e agora estå precisando de cuidados. Por isso, a news chega hoje. :)
A nova-antiga-era-da-influĂȘncia
Nesses Ășltimos dias me deparei com tantos conteĂșdos sobre o mercado de influĂȘncia num geral que fiquei pensando muito sobre todos esses fatos, acontecimentos, mudanças, que estĂŁo em constante evolução. EntĂŁo resolvi trazer aqui alguns pontos que eu achei mais interessante sobre:
A importĂąncia da gestĂŁo de influĂȘncia
Começando com o fato de que conteĂșdo e influĂȘncia nĂŁo sĂŁo mais subdivisĂ”es e sim andam juntos, numa estratĂ©gia sĂł.
Outro fato Ă© que âinfluĂȘncia nĂŁo Ă© apenas um formato de mĂdia, Ă© a consequĂȘncia de uma autoridade construĂda ao longo do tempoâ, segundo a YouPix. Ser influente Ă© sobre conseguir engajar comunidades, conexĂŁo, conversa sem interrupção.
E isso inclui um ecossistema com marcas, agĂȘncias de publicidade/PR, agĂȘncias de influenciadores, produtoras, veĂculos, ferramentas, agentes e os prĂłprios influenciadores.
âum planejamento de gestĂŁo de influĂȘncia se torna imperativo para desfazer as barreiras entre conteĂșdos, ĂĄreas e calendĂĄrios. A jornada do consumidor deve se tornar o ponto de partida, com conversas autĂȘnticas e relevantes conduzindo a estratĂ©gia.â
O movimento atual do mercado
Estamos falando de um grande ecossistema, organização da profissĂŁo e marcas alcançando conversas atravĂ©s de pessoas que âtĂȘm um pĂșblico fiel, que se identifica e conecta de modo natural, jĂĄ que possuem poder de persuasĂŁo e influĂȘncia sobre seus seguidores, que seguem as dicas, recomendaçÔes e sugestĂ”es. E essa relação gera um ambiente ideal para o desenvolvimento de marcas, que encontram nesses influencers uma ponte de comunicação direta para a divulgação de produtos e serviços".
Os influenciadores atuam como pontes entre marcas e suas comunidades, agora companhias e agĂȘncias começaram a apostar em escolas para criadores de conteĂșdo, que Ă© o caso de o BoticĂĄrio + SoWhat, que juntos desenvolveram o Botiverso, laboratĂłrio de criadores de conteĂșdos digitais, e a Netshoes com a Mynd, que se uniram para criar uma Escola para Influenciadores com vinte creators, que terĂŁo aulas com os maiores especialistas do mercado sobre como produzir um conteĂșdo que engaje e atraia marcas.
E esse Ă© um movimento que acontece tambĂ©m no mercado internacional. Estamos falando das novas âit-girlsâ, normalmente mulheres que sĂŁo referĂȘncias de estilo, musa inspiradoras, e que hoje possuem esse status graças a um novo modelo de âproduçãoâ dessas pessoas, realizado por agĂȘncias de PR e stylists. O que antes era mais natural, hoje elas sĂŁo produzidas.
A nova era da influĂȘncia
E indo mais alĂ©m, numa onda revolucionĂĄria, estamos falando de entrar numa nova era de social influencers, com conteĂșdos alĂ©m das capacidades humanas. Acompanhando a tendĂȘncia da inteligĂȘncia artificial, estamos vendo as redes sociais se adaptando e usando a base de IA para a produção de conteĂșdos, e isso vai/estĂĄ respingando no mercado de influĂȘncia.
A expectativa Ă© de que 90% do conteĂșdo online seja gerado sinteticamente atĂ© 2026, ou seja, as marcas e os influenciadores precisam ter uma perspectiva sobre como coexistir com a IA. Estamos falando sair de uma era de conteĂșdos originais, autĂȘnticos e com cada vez menos intervençÔes, para conteĂșdos 100% sintĂ©ticos.
Como resultado, entramos numa era de âcultura remixâ. As pessoas comuns agora exercem a capacidade de modificar ou gerar qualquer tipo de mĂdia que possam imaginar, iniciar conversas culturais e exercer influĂȘncia imediata. As marcas terĂŁo mais sucesso aproveitando essa nova onda, em vez de lutar contra a marĂ©.
E vamos pensar que os primeiros a adotar a IA generativa podem sair na frente para navegar pela influĂȘncia nesta nova era social. Ou seja, neste momento, a experimentação Ă© fundamental. SairĂŁo na frente aquelas que usarem IA ââgenerativa e serĂŁo eles que moldarĂŁo o futuro da influĂȘncia.
Concorda?
A mudança do fututo
E um Ășltimo ponto, de toda essa metamorfose que estamos vivendo
47% dos consumidores estĂŁo fatigados ââpelo conteĂșdo repetitivo de influenciadores. Essa Ă© uma das principais razĂ”es pelas quais os usuĂĄrios do Instagram abandonam a estĂ©tica clĂĄssica da plataforma e procuram algo mais real, segundo a Baazarvoice.
Estamos vivenciando uma era que reivindica cada vez mais autenticidade para gerar identificação mas que não permite o erro e o cancelamento acontece de uma hora pra outra. Ou quando a pessoa se mostra vulneråvel ou aprofunda mais na sua vida, e sofre uma chuva de hate desnecessårio.
A autenticidade acaba sendo um tanto quanto calculada:
o criador deve vender uma versĂŁo ficcional de si mesmo que seja incrivelmente carismĂĄtico, autodepreciativo com bom gosto, bagunçado, mas nunca feio, sem filtro, sem nunca cruzar os limites â e eles devem insistir que essa pessoa Ă© real, nĂŁo importa o quĂŁo impossĂvel todos nĂłs saibamos isso seja.Â
E aĂ surge um contra-movimento do que conhecemos hoje onde a autenticidade estĂ©tica perfeita e milenar estĂĄ ficando para trĂĄs, valorizando uma sĂ©rie de micro influenciadores que desafiam as regras estabelecidas sobre criação de conteĂșdo. Eles estĂŁo falando sobre saĂșde mental, criticando os algoritmos das plataformas onde criam, deixando de indicar marcas e colaborando em rede.
Microinfluenciadores detĂ©m tanto poder quanto grandes evidenciadores. Essas pessoas â muitas vezes â sĂŁo especialistas ou muito engajadas nos temas que se propĂ”e a falar. Do ponto de vista dos nĂșmeros, microinfluenciadores â aqueles com menos de 100.000 seguidores â geram atĂ© 60% mais engajamento do que aqueles com mais seguidores, de acordo com o HubSpot (Fonte: Digiday)
Isso não quer dizer que influenciadores grandes e celebridades digitais deixarão de existir - é na definição dos objetivos que estå a chave para a escolha do tipo de perfil mais adequado para determinada fase de uma campanha ou marca.
Concluindo, os criadores de conteĂșdo em evidĂȘncia (aqueles que possuem milhares de seguidores, parcerias e oportunidades de exposição) nĂŁo deixarĂŁo de existir, apenas ficarĂŁo perdidos no meio de tantos conteĂșdos mais prĂłximos da realidade das pessoas. As marcas tampouco deixarĂŁo de investir em marketing de influĂȘncia, mas se preocuparĂŁo em estabelecer vĂnculos mais duradouros com criadores conectados a nichos especĂficos. A economia de criadores continua em expansĂŁo, mas nĂŁo necessariamente no sentido em que havia se projetado para acontecer.
đš Alerta de novidade tecnolĂłgica no Instagram: de acordo com o evento Connect, da Meta, revelou novos recursos de edição de imagens e criação de stickers usando IA (em inglĂȘs).
đČ Alerta de novidade tambĂ©m no TikTok: a plataforma anunciou um assistente virtual por inteligĂȘncia artificial para dar suporte na parte criativa, como produção de vĂdeo, brainstorming e descoberta de trends (em inglĂȘs).
â ïž Atenção: agora serĂĄ possĂvel fazer chamadas de vĂdeo e ĂĄudio pelo X (ex-twitter), mas apenas para membros premium (em inglĂȘs).
đ Veja: Facebook estĂĄ de cara nova, com um rebranding moderno, novas cores, Ăcones e mais acessĂvel.
đ Ouvindo a voz do povo: ao que tudo indica, a partir de dezembro serĂĄ possĂvel deletar a sua conta no Threads sem deletar o Instagram (em inglĂȘs).
#ïžâŁDica: para a Black Friday, segundo estudo feito pela Squid, micro-influenciadores impulsionam marcas e o ideal Ă© trabalhar em um perĂodo de 21 a 45 dias.
đ Atenção galera das mĂ©tricas: algumas agĂȘncias estĂŁo começando a utilizar o brand lift como recurso para identificar a percepção das pessoas apĂłs campanha com influenciadores (em inglĂȘs).
đ Dica da semana: o episĂłdio do podcast âPapo de influĂȘnciaâ, da Squid, com uma conversa muito interessante sobre o avanço da cultura coreana e como marcas e influenciadores podem se relacionar com esse boom, com a Thais Midori: